A tensão política brasileira ganhou novos contornos nesta terça-feira (22/7), quando a Transparência Internacional, respeitada organização global de combate à corrupção, se manifestou de forma contundente sobre os embates entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo Bruno Brandão, diretor-executivo da entidade no Brasil, “nenhum dos dois lados está certo” — uma frase que sintetiza a gravidade do momento vivido pelas instituições nacionais.
Desde a última sexta-feira, o ex-presidente está submetido a medidas cautelares duras, determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes. Entre elas: uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, proibição de sair de casa durante determinados horários e nos fins de semana, além da vedação a qualquer aparição, direta ou indireta, nas redes sociais. A restrição foi ampliada na segunda-feira, quando Moraes deu 24 horas para que a defesa explicasse a presença de Bolsonaro em um vídeo publicado no perfil do filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em que o ex-presidente exibe o equipamento eletrônico e o chama de “símbolo da máxima humilhação”.
A defesa do ex-presidente alegou que ele não violou a decisão judicial, pois não teria feito postagens e nem solicitado a terceiros que o fizessem. Advogados como Celso Vilardi e Paulo Amador da Cunha Bueno afirmaram que Bolsonaro suspendeu o uso das redes desde a imposição das medidas e pediram ao STF maior clareza sobre o alcance da proibição — sobretudo no que diz respeito à concessão de entrevistas.
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