Brasília — Um cenário digno de um thriller político se desenrolou no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana. No centro da cena, o ex-presidente Jair Bolsonaro. O pano de fundo: uma intricada trama golpista investigada pela mais alta Corte do país, que pode redesenhar os contornos da história democrática brasileira.
Em um dos depoimentos mais aguardados do ano, Bolsonaro compareceu à Primeira Turma do STF nesta terça-feira (10), para prestar esclarecimentos sobre sua suposta participação na articulação para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022.
O clima era tenso, mas nem por isso faltaram momentos inusitados — alguns, até, desconcertantes.
Sob os holofotes e a condução do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal do chamado “núcleo 1” do inquérito, Bolsonaro era o sexto a prestar depoimento em uma semana que promete revelações explosivas. As sessões, iniciadas na segunda-feira (9), devem se estender até sexta (13), com possibilidade de prorrogação.
“Quer ser meu vice?”: a provocação que arrancou risos no STF
Logo no início de sua fala, Bolsonaro surpreendeu. Em tom jocoso, pediu a palavra não para negar as acusações, mas para lançar um convite inusitado ao próprio Moraes: "Quer ser meu vice nas próximas eleições?" O comentário, aparentemente despretensioso, gerou risos no plenário, mas não disfarçou a tensão que pairava no ar.
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