Na manhã desta sexta-feira, 4 de julho, a névoa ainda pairava sobre os morros de Niterói quando o carro funerário estacionou diante do Cemitério Parque da Colina, em Pendotiba. O corpo de Juliana Marins, 26 anos, retornara de uma jornada de quase dezessete mil quilômetros: do Monte Rinjani, na Indonésia, onde ela despencou durante uma trilha, até a cidade litorânea que a viu crescer.
O silêncio era quebrado apenas pelo ranger do portão de ferro e pelo sussurro de quem chegava, flores nas mãos e perguntas nos olhos.
Os horários do velório obedeceram a uma logística pensada milimetricamente. Entre 10 h e meio-dia, o salão ficou aberto ao público. Rostos anônimos, seguidores de redes sociais e antigos colegas de faculdade compuseram um mosaico de despedidas.
Cada um depositava um bilhete, um rosário, um pedaço de concha — símbolos improvisados que, juntos, pareciam mapear a multiplicidade de vidas que Juliana tocou. Às 12h30, as portas fecharam: restaram apenas pais, tios, poucos amigos de infância e parceiros de escalada, num ambiente onde até o ar parecia pedir licença antes de circular.
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