Por trás de cada tragédia, há nomes que não aparecem nos grandes manchetes, mas ficam gravados para sempre na memória coletiva de um povo. Um desses nomes era Ronaldo Garbin. E agora, o homem que salvou vidas em meio ao caos da maior enchente da história do Rio Grande do Sul, partiu em silêncio.
No sábado, 24 de maio, o empresário e guia de rafting Ronaldo Garbin, de 42 anos, perdeu a luta contra a leucemia e faleceu em um hospital de Caxias do Sul.
Mas sua história não começa — e nem termina — em um leito de hospital. Ela atravessa correntezas violentas, ruínas submersas e os momentos mais angustiantes vividos pelo povo gaúcho em 2024.
Era maio daquele ano quando o estado enfrentou sua maior catástrofe climática: uma enchente sem precedentes que afetou quase todos os municípios, desalojou milhares e ceifou 184 vidas, deixando ainda 25 pessoas desaparecidas.
Em meio a essa tragédia, quando a água subia mais rápido do que as sirenes podiam alertar, Ronaldo fez o que muitos chamariam de loucura — mas ele chamava de missão.
O homem que virou bote
Enquanto helicópteros não conseguiam pousar e barcos militares não alcançavam certas regiões da Serra Gaúcha, lá estava ele: com seus botes de rafting e a experiência de anos enfrentando corredeiras, Ronaldo se voluntariou para entrar onde ninguém mais ousava.
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