Na sala silenciosa da casa de Clarice, o clima era tenso. Sentada no sofá, com os olhos fixos no chão e as mãos entrelaçadas nervosamente, Clarice tentava compreender o turbilhão de sentimentos que a consumia. À sua frente, Lígia a observava com atenção e firmeza. A suspeita pairava no ar, e o nome de Bia era o centro de tudo.
— Eu não sei, Lígia… Algo está me dizendo que Bia está envolvida em mais do que está aparentando — disse Clarice, com a voz baixa.
— Eu não quero ser injusta com minha filha, mas…
Lígia não esperou. Com uma autoridade que só uma mulher calejada pela vida podia ter, interrompeu:
— Clarice, eu tenho certeza que foi ela. E você sabe disso. Está na hora de parar de proteger o erro. Ela enganou todo mundo, e está passando por cima até de você.
Clarice balançou a cabeça, quase como quem ainda queria negar.
Mas os olhos marejados não conseguiam esconder a dor de quem, no fundo, já conhecia a verdade.
— Ser mãe, às vezes, é ter que encarar o pior — completou Lígia. — E é justamente por amá-la que você precisa deixar que ela assuma o que fez.
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