O que define a linha entre justiça e vingança? Esta pergunta permeia o caso que abalou a pequena cidade de Pedra Preta, localizada a 245 quilômetros da capital mato-grossense. Em 21 de março de 2025, uma descoberta macabra transformou a rotina pacata da comunidade em um cenário de horror e revelou as complexas ramificações do poder paralelo que opera nas sombras do interior brasileiro.
Miguel Ângelo da Silva Moreira, 35 anos, foi encontrado sem vida em sua residência, com ferimentos de faca no pescoço e um bilhete inquietante ao lado de seu corpo. A mensagem "Morri porque sou estuprador" não apenas anunciava a motivação do crime, mas também evidenciava a presença de um tribunal paralelo que decidiu, à margem da lei, o destino de um homem acusado de um crime hediondo – o abuso sexual contra a própria filha de 13 anos.
O caso não se limitou ao homicídio. O desaparecimento de três crianças – filhos da vítima, com idades de 8, 11 e 13 anos – adicionou camadas ainda mais perturbadoras ao crime. Foi uma vizinha atenta que, percebendo a ausência incomum das crianças que habitualmente brincavam na rua, decidiu verificar a residência, deparando-se com o cenário trágico que desencadearia uma operação policial batizada de "Tribunal".
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